Líderes do Brics defenderam financiamento climático acessível, transição energética justa e maior participação do Sul Global na construção de uma governança ambiental equilibrada e inclusiva.
Na 17ª cúpula realizada no Rio de Janeiro, os líderes do Brics reafirmaram o compromisso com ações climáticas coordenadas, cobrando mais responsabilidade dos países desenvolvidos e propondo soluções lideradas pelo Sul Global. O grupo reforçou que os desafios ambientais exigem respostas multilaterais, com ênfase em transições energéticas justas e ampliação da cooperação internacional.
Conforme divulgado pelo site Gov, um dos destaques da declaração conjunta foi a seção “Combatendo a mudança do clima e promovendo o desenvolvimento sustentável, justo e inclusivo”, na qual os países reiteram a importância de reduzir emissões, garantir justiça social e promover crescimento econômico com responsabilidade ambiental. A meta continua sendo o cumprimento do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a 1,5 °C.
Financiamento climático acessível e novo fundo florestal
O grupo cobrou mais recursos dos países ricos para viabilizar ações sustentáveis nos países em desenvolvimento. Segundo o bloco, o financiamento climático precisa ser acessível, com custos viáveis e baseados nas necessidades locais. Um dos principais instrumentos defendidos foi o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), iniciativa apresentada pelo Brasil durante a COP28.

O fundo prevê pagamentos por desempenho ambiental, oferecendo incentivos a países que preservam florestas tropicais. Pelo menos 20% dos recursos devem ser destinados a povos indígenas e comunidades tradicionais, reforçando a conexão entre proteção ambiental e inclusão social.
Além do TFFF, os líderes destacaram a necessidade de mobilizar recursos para conservação da biodiversidade e enfrentamento à desertificação, reforçando compromissos com tratados internacionais sobre o tema.
Governança global mais equilibrada e protagonismo emergente
Sob o lema “Fortalecendo a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável”, a cúpula defendeu uma nova lógica de participação internacional, na qual os países emergentes têm voz ativa. O documento destaca que os desafios climáticos não podem ser enfrentados com decisões unilaterais e que o mundo precisa de equilíbrio entre responsabilidades históricas e realidades atuais.
O grupo também manifestou apoio à criação de um tratado internacional contra a poluição plástica, com foco na proteção dos oceanos e atenção às necessidades dos países menos desenvolvidos.
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Composto por 11 países, incluindo Brasil, Índia, China e África do Sul, o Brics representa quase metade da população mundial e 40% do PIB global. A corrente de comércio do Brasil com o bloco já corresponde a 35% das exportações nacionais.Ao final do encontro, os líderes aprovaram a Declaração-Marco sobre Finanças Climáticas, que deve orientar futuras ações conjuntas. Para o grupo, o futuro climático do planeta depende de cooperação real, com justiça, equidade e compromisso global.
Referências da notícia
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. BRICS defende multilateralismo para enfrentar mudança do clima e pede aumento do financiamento vindo de países desenvolvidos. 6 de julho, 2025.