O cientista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, acredita que, apesar de dizer que não deve trocar o PSD pelo PL até 2024, o senador Nelsinho Trad já estaria praticamente com o pé dentro do partido, deixando a atual legenda e indo para novos desafios.
Além disso, conforme Tony Ueno, a filiação do senador garante o comando do PL em Mato Grosso do Sul e entra na briga de vez para a reeleição, pois contará com o apoio do ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, que foi um dos grandes responsáveis pela eleição de Tereza Cristina ao Senado com mais de 800 mil votos pelo PP.
Ele acredita que, trocando de partido, Nelsinho Trad deve deixar para trás o irmão Marquinhos Trad, que vem enfrentando problemas na Justiça. “No PL, ele o senador vai conduzir o partido em Mato Grosso do Sul, assumindo a presidência da Executiva estadual da legenda, que hoje está nas mãos do deputado federal Marcos Pollon”, projetou.
Hoje, conforme o cientista político, o PL é muito forte em Mato Grosso do Sul, com três deputados estaduais, dois deputados federais, prefeitos e vereadores. “O Nelsinho terá a faca e o queijo nas mãos, podendo fortalecer ainda mais o PL para chegar em 2026 pronto para tentar a reeleição ao Senado. Afinal, atualmente, estão na frente PSDB, PP e PT, precisando de uma figura emblemática, como o senador, para ser reconstruído e ser a quarta força no Estado”, ressaltou.
Na avaliação de Tony Ueno, o deputado federal Rodolfo Nogueira tentou organizar o PL em Mato Grosso do Sul, mas não conseguiu. “A missão foi passada para as mãos do Marcos Pollon, que também não está conseguindo penetrar dentro dos municípios e deve perder o comando do partido para o Nelsinho. O senador deve realizar essa tarefa de forma fácil, e deve contar com o apoio do deputado estadual Coronel David e também de Rodolfo Nogueira”, pontuou.
Ele acrescentou ainda que Nelsinho Trad já tem um longo caminho na política sul-mato-grossense, sendo vereador, presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, prefeito da Capital por dois mandatos e agora senador. “O Nelsinho já passou pelo PTB, depois foi para o MDB, depois ele voltou para o PTB, saindo para ingressar no PSD. Agora, ele deve ingressar no PL, a convite do próprio Bolsonaro, para consolidar a sua reeleição ao Senado”, finalizou.