Nelsinho Trad estaria de malas prontas para trocar o PSD pelo PL de Bolsonaro

O senador Nelsinho Trad estaria de malas prontas para trocar a presidência do PSD pela do PL em Mato Grosso do Sul a convite de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do partido. Inclusive, o sul-mato-grossense já estaria em Brasília conversando com o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, que também é filiado à sigla.

Conforme apuração do Correio do Estado, essa mudança não deve demorar para ocorrer, e comando estadual do PSD passaria para as mãos do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, o qual, nesta semana, “abonou” o nome do deputado estadual Pedro Pedrossian Neto para assumir a presidência da sigla na Capital, que, a princípio, ficaria com ele.

A proximidade de Nelsinho Trad e Bolsonaro é antiga. Nesta semana, o ex-presidente chegou a elogiar o senador, a quem classificou como um “aliado de primeira hora em Brasília”, votando a favor dos projetos de lei encaminhados pelo seu governo nos últimos quatro anos.

Além disso, na eleição presidencial do ano passado, tanto no primeiro quanto no segundo turno, Nelsinho não escondeu de ninguém que seu voto seria pela reeleição de Bolsonaro, mesmo com o comando nacional do PSD pendendo para a candidatura petista.

No segundo turno, entretanto, como presidente estadual do partido, o senador sul-mato-grossense chegou a convocar uma coletiva de imprensa para oficializar o apoio a Bolsonaro, justificando que pesaram para a decisão a fidelidade e o empenho em favor dos projetos do governo do ex-presidente submetidos ao Congresso.

Enquanto grande parcela do PSD migrava para o palanque do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no segundo turno, Nelsinho Trad pôs sua liderança a serviço da campanha bolsonarista.

Essa foi apenas mais uma demonstração do vínculo que o senador tem mantido com o ex-presidente da República. No início de 2021, inclusive, quando era presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Nelsinho Trad foi cotado para substituir o então ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.

Seis meses antes da especulação, em março de 2020, o senador já era visto ao lado de Bolsonaro, virando notícia na mídia nacional por contrair Covid-19 após ter integrado a comitiva do ex-presidente que foi aos Estados Unidos.

Agora, conforme fontes ouvidas pela reportagem, Nelsinho Trad enxerga na filiação ao partido de Bolsonaro uma chance clara para garantir sua reeleição ao Senado em 2026.

Ele estaria apostando em repetir o sucesso nas urnas da senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP), a qual, graças ao apoio de Bolsonaro, obteve 829.149 votos, ou seja, mais de 60,85 % dos votos válidos nas eleições do ano passado.

Procurado pelo Correio do Estado, Nelsinho Trad negou que tenha a intenção de deixar o comando do PSD em Mato Grosso do Sul para ingressar na mesma legenda do ex-presidente.

“Essas especulações são normais no processo político. Porém, estamos no momento focados na reestruturação do PSD em Mato Grosso do Sul, tanto em Campo Grande quanto nos demais municípios do Estado”, declarou o parlamentar sul-mato-grossense.

Essa não é primeira especulação sobre a saída de Nelsinho Trad do PSD, já que, no início do ano, quando chegou a admitir que poderia trocar a legenda pelo PP de Tereza Cristina. “A princípio, não pretendo sair. Eu vou deixar isso mais para a frente. Na hora que amadurecer a fruta. Fruta verde dá dor de barriga”, brincou.

Na época, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, teria até perguntado a Nelsinho Trad se ele pretendia deixar o partido para se filiar ao PP, o que foi prontamente rechaçado pelo parlamentar. O sul-mato-grossense teria explicado a Kassab que é muito amigo de Tereza Cristina e que ficaram mais próximos nas eleições do ano passado, quando ambos declararam voto a favor a Bolsonaro.

Além disso, durante a campanha do senador Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado, era comum ver Nelsinho Trad e Tereza Cristina juntos pelos corredores do Congresso. Inclusive, quando ele anunciou seu voto ao candidato do PL, a senadora sul-mato-grossense estava ao seu lado.

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