Histórias como a de Ewerton Guimarães reforçam o poder da arte em transformar vidas e ampliar horizontes sociais e culturais
Do Pantanal para o cenário da música clássica nacional, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano celebra mais uma conquista marcante. Ewerton Guilherme Guimarães, de 18 anos, foi selecionado para uma residência artística de longa duração na Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), no Rio de Janeiro. Ele embarca no dia 23 de junho para viver seis meses de imersão musical ao lado de grandes nomes da música de concerto.
A oportunidade, viabilizada por meio do Programa Vale Música, é fruto do compromisso do Moinho com a formação artística e cidadã de crianças e adolescentes. O programa, realizado pelo Instituto Cultural Vale, tem sido uma ponte entre talentos de polos culturais e grandes orquestras brasileiras, viabilizando experiências formativas de alto nível.
Ewerton é o terceiro participante do Moinho a integrar uma ação de residência na OSB — um feito que reafirma a potência do trabalho desenvolvido pelo Instituto desde 2006, quando começaram os primeiros intercâmbios com orquestras de renome.
Nascido em Corumbá em condições adversas e criado por uma família acolhedora, Ewerton teve sua infância marcada por desafios. Sua trajetória no Moinho começou por incentivo de familiares, e desde então ele percorreu diversas áreas — da dança à música — até se encontrar no clarinete. Inspirado por mestres e por visitas da OSB a Corumbá, ele alimentou o sonho de se tornar músico de orquestra.
“É um sonho que estou vivendo. A residência é a realização de anos de estudo, dedicação e de acreditar que é possível. O Moinho me mostrou que posso ser alguém, que posso conquistar o mundo e correr atrás desse sonho”, disse Ewerton, que faz sua última apresentação em Corumbá antes da viagem no dia 14 de junho, em um concerto especial na Casa Portuguesa em alusão ao Dia de Portugal.
Com entusiasmo, ele completa que a expectativa é imensa. “Estou ansioso para aprender com músicos incríveis da Orquestra Sinfônica Brasileira, absorver conhecimentos técnicos e artísticos, e me desenvolver como clarinetista dentro de um ambiente profissional tão renomado. Essa imersão certamente será um marco na minha trajetória”, comentou.
Sobre o futuro, Ewerton sonha alto. “Quero integrar orquestras de alto nível e contribuir para a difusão da música clássica no Brasil. Essa residência será um passo crucial nesse caminho, pois vou ampliar minha rede de contatos, aprimorar minha técnica e ganhar experiência prática em um ambiente sinfônico profissional”, concluiu.
Terra de oportunidades
Desde sua fundação, o Moinho Cultural já proporcionou mais de 100 experiências de intercâmbio artístico. Outros jovens como Gabriel Ramos Pereira e Valério Garcia também trilharam caminhos semelhantes, ampliando horizontes e sonhos por meio da música.
O músico Gabriel Ramos foi aprovado na OSB Jovem e resumiu seu ano de 2024 com duas palavras: “novidade e oportunidade”. “Novidade porque pude vivenciar um caminho diferente do meu esperado, com a música, e por meio do Moinho Cultural e da orquestra Sinfônica Brasileira, eu ganhei várias oportunidades, mais uma vez, de vivenciar o mundo profissional da música e aprender com ele. Posso dizer que foi um reencontro forte com a música novamente”, disse Gabriel.
Já Valério Garcia Navis dos Reis foi selecionado para o intercâmbio com a OSB em 2024. No Instituto Moinho Cultural Sul-Americano desde os 8 anos, encontrou no violoncelo sua paixão aos 11 anos e passou a integrar a orquestra do Instituto. “Estar com os melhores músicos do Brasil foi a realização de um sonho de muito tempo. Uma realização muito grande para mim, como músico, para o Instituto Moinho Cultural, por ter me formado, e também para Corumbá, por ter um corumbaense que vivenciou a experiência de estar com a Orquestra Sinfônica Brasileira”, afirmou o violoncelista.