O crescimento populacional não foi acompanhado pela ampliação da rede municipal. Sem novas escolas e com salas já lotadas, todos os espaços estão sendo adaptados de forma precária.
A deputada estadual Gleice Jane (PT) reforçou na tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), nesta terça-feira (27), seu compromisso com a educação pública ao expor a grave situação vivida pelas escolas do município de Dourados. Após visitar diversas unidades escolares, a parlamentar apresentou um panorama preocupante: superlotação, ausência de vagas, salas improvisadas e a exclusão de crianças da educação especial.
Gleice destacou que o crescimento populacional não foi acompanhado pela ampliação da rede municipal. Sem novas escolas e com salas já lotadas, todos os espaços estão sendo adaptados de forma precária. “O impacto é cruel para as mães, que precisam acionar a Justiça para garantir o direito dos filhos, e para as professoras, que enfrentam jornadas esgotantes e falta de estrutura. O peso recai, mais uma vez, sobre as mulheres”, afirmou.
A situação das crianças da educação especial foi apontada como ainda mais crítica. A dificuldade de obter laudos médicos inviabiliza o acesso ao atendimento adequado e à presença de professoras de apoio. “Sem laudo, não há apoio. Sem apoio, não há inclusão”, lamentou.
Gleice também criticou a terceirização dos serviços escolares, que, segundo ela, cria um modelo de gestão paralela que interfere na autonomia das direções e enfraquece a qualidade pedagógica. Ela ainda apontou as desigualdades salariais entre terceirizados, temporários e efetivos, o que compromete a valorização e motivação dos profissionais da educação.
Para enfrentar a crise, a deputada propôs ações concretas: que o Governo do Estado invista na construção de ao menos três novas escolas em regiões estratégicas de Dourados. “Não há como falar em desenvolvimento sem garantir educação pública, gratuita, de qualidade e com equidade para todas as crianças. A situação exige responsabilidade do Estado e medidas urgentes”, concluiu.