Feminicídio: Combate ao crime que cresce exponencialmente em MS é debatido

Luciana Nassar

A deputada Lia Nogueira (PSDB) leu, nesta manhã (28), requerimento que encaminhará ao Governo do Estado e à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). “Precisamos trazer esse debate novamente para esse plenário porque o que ocorreu aqui na capital do Estado foi um crime brutal, sem precedentes, e nós precisamos realmente de ferramentas que sejam eficazes no enfrentamento a violência doméstica familiar contra as nossas mulheres do Mato grosso do Sul. Nós não podemos normalizar isso e ficar só na base dos índices, quantas mulheres já foram assassinadas?”, questionou.

A deputada reiterou que é falado de estatísticas e há poucas ações efetivas de combate e enfrentamento ao problema em Estado considerado machista. “Hoje o Mato Grosso do Sul enfrenta um cenário alarmante de violência contra as mulheres, um cenário negativo em nível nacional, nós tivemos no ano passado 35 feminicídios, 89 tentativas e mais de 20.344 ocorrências de violência doméstica e familiar E este ano os dados continuam a impressionar de forma negativa. Já são 14 feminicídios em menos de seis meses, o mês de maio está sendo um mês de explosão em relação à violência contra a mulher”, detalhou Lia Nogueira.

Lia Nogueira descreveu também o crime ocorrido na última segunda feira, em Campo Grande. “E ontem tivemos o registro brutal deste caso, o companheiro matou a companheira e a filha do casal de apenas dez meses, incendiou os corpos e desovou em área desolada, e declarou no interrogatório policial, ao falar sobre o crime que dormiu melhor sem um problema, alegando que matou para não pagar pensão alimentícia.  Nós não podemos mais conceber crimes como esse, jovens como essa, com um futuro inteiro pela frente. O Estado precisa se responsabilizar, tomar medidas eficazes, ágeis, e políticas públicas realmente que sejam impactantes e evitem que mais mulheres sejam mortas aqui no Estado”, ressaltou.

Mara considera inimaginável o crime que aconteceu na segunda

A deputada Mara Caseiro (PSDB), 3ª vice-presidente da ALEMS, também falou sobre o assunto. “Na mesma linha da deputada Lia Nogueira, nós não podemos deixar de registrar e se solidarizar com a família dessa menina que ainda era uma menina de 23 anos, a Vanessa de Medeiros, e de sua filha, Sophie, com apenas dez meses. Que crime com requinte de crueldade que é inimaginável. A gente não imagina o ser humano cometendo um crime contra a vida de sua própria filha e esposa apenas com o sentimento de não querer pagar uma pensão. É a coisa mais absurda que eu já vi na vida, para mim um ser desses não se ressocializa. Acho que a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) e os psiquiatras não conseguem entender um crime de tamanha crueldade como essa. Deixo aqui a minha indignação. A gente vem trabalhando aqui, eu e as deputadas Lia Nogueira e Gleice Jane [PT], nós que somos mulheres, mães, isso nos causa uma dor terrível, fica aqui a nossa indignação e nossa tristeza por esse crime tão cruel em nossa querida Campo Grande”, relatou.

“Precisamos de um reforço nessa pauta”, afirmou Gleice Jane

A deputada Gleice Jane (PT) reforçou o sentimento vivido pelas parlamentares e os sul-mato-grossenses que sensibilizaram com a notícia sobre o crime. “Em relação ao que foi dito por Mara Caseiro, sobre o feminicídio e homicídio da bebê dez meses, o que vamos fazer diante de situações como essa que acontecem aqui em Campo Grande? Acho que nós precisamos imediatamente ter uma ouvidoria aqui na Assembleia, como é vosso projeto [Mara Caseiro], que precisa ser aprovado imediatamente aqui, porque essa pauta precisa ser batida aqui na Assembleia, somos só três mulheres no meio de universo de 24, precisamos de um reforço nessa pauta e de uma Secretaria de Mulheres para poder ter uma política especializada, que tenha um olhar mais atento com mais mulheres, porque a Subsecretaria de Políticas Públicas para a Mulher hoje, com apenas seis pessoas trabalhando, é insuficiente para a gente ter uma política de atendimento às mulheres no Estado de Mato Grosso do Sul”, considerou.

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