O programa “A Banca”, da Rede Top FM, entrevistou, nesta quinta-feira (10), o presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Eduardo Mendes, que falou do novo momento pelo qual passa a cultura no Estado com a chegada do governador Eduardo Riedel (PSDB) à cadeira de chefe do Executivo estadual. Ele também abordou a aproximação com a população sul-mato-grossense, realizando eventos culturais que agradam a todos os públicos.
“Cheguei à Fundação de Cultura do Estado em 2023 e me assustei bastante, pois a cultura é muito politizada para todos os lados e as pessoas têm muita opinião. Óbvio, o artista desenvolve a arte dele e desenvolve também o pensamento crítico. Então, no começo foi difícil, mas eu acho que com o tempo a gente vai compreendendo as diferenças e quando você fala de esquerda e direita, nós somos, acho, que o maior limiar dentro do governo, pois, é onde a gente atende a todos, sem distinção e isso é muito bacana”, declarou.
Ele acrescentou que amadureceu muito nesses dois anos, principalmente na questão de ouvir mais. “O governador Riedel sempre fala para gente, para mim e para o Marcelo Miranda {secretário estadual da pasta}, para escutarmos mais que vamos errar menos. E isso é uma verdade na cultura. Quanto mais a gente escuta, quanto mais a gente conversa, mas a gente aprende e começa a fazer cultura para o nosso povo. Não adianta vir aqui e querer inventar, plantar bananeira, fazer uma coisa diferente, a gente tem que trazer para o nosso povo aquilo que eles gostam e eu acho que a gente tá no caminho de tentar fazer isso”, afirmou.
Eduardo Mendes revelou que a Fundação de Cultura procura atender aquelas famílias que passam o dia todo no Parque das Nações Indígenas com os filhos para se divertirem. “Esse público vai independentemente de qualquer show, eles estão sempre lá. E aí, claro, cada atração tem o seu nicho, tem o seu público. A Luiza Sonza tinha um fã-clube muito grande, mas você pega o Jota Quest com 30 mil pessoas, eram pessoas como a gente, não é nichado para um lado ou para o outro. É aquele cara que está o domingão ali, fala, poxa, um show de graça, eu vou lá assistir. E isso é muito agradável para gente ver uma festa tranquila, pois, foram 16 edições e nunca tivemos um registro de empurra-empurra”, celebrou.
O presidente da Fundação de Cultura ainda abordou a questão do público gospel em Mato Grosso do Sul. “A gente tem muito respeito pelo público gospel, atende. A gente tem o projeto da Catedral Erudita também, que era música clássica dentro das igrejas e também nos templos evangélicos. Eles saem um pouco para rua, mas a acústica não é tão boa. Por isso, a gente volta pra dentro desses lugares”, pontuou.
Ele também revelou o projeto que será implementado até o fim deste no ano que será uma carreta para levar cultura aos municípios mais afastados do Estado. “Você não tem nem espaços de cultura para levar uma peça de teatro ou outro evento. Então, a nossa ideia é pegar uma carreta, levar pra esse lugar, abrir ela, montar e fazer o espetáculo lá na praça. Você pode fazer um teatro, você pode fazer um circo. Do outro lado da carreta você põe um cinema. Nos bairros de Campo Grande, temos pessoas que nunca foram ao cinema, então, imagina Coronel Sapucaia?”, questionou.
Eduardo Mendes ainda informou que está trazendo o “Encontro Nacional dos Gestores de Cultura” para dentro do Festival de Bonito, sendo que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, já confirmou presença. “Isso é importante porque a gente traz a discussão da política nacional de cultura dentro do Festival de Inverno de Bonito. Isso é uma coisa que deixa a gente feliz e é aquilo que eu falei, de trabalhar para tentar fazer o festival melhor ainda do que os que a gente já fez”, projetou.
Assista a entrevista completa pelo link:
