Em reta final, ainda é possível aproveitar mais festas juninas sem descuidar da saúde

Especialistas explicam como saborear os pratos típicos deste período do ano sem exageros e com mais consciência alimentar

As festas juninas estão na reta final e são um verdadeiro tesouro cultural no Brasil, celebradas com muita música, dança e uma culinária rica em sabores. Entre bandeirinhas e fogueiras, o milho reina absoluto nos cardápios, presente em receitas como pamonha, curau, canjica, bolo, pipoca e milho cozido. Mas, apesar de nutritivo, o grão exige atenção quando o assunto é saúde.

“O milho é uma excelente fonte de fibras, vitaminas do complexo B e carotenoides, que são antioxidantes importantes para a saúde ocular e imunológica”, explica a gastroenterologista e professora do IDOMED, Dra. Renata Almeida.

Naturalmente livre de glúten, ele é uma opção segura para quem tem doença celíaca. Já a nutricionista Júlia Paiva, professora da Estácio Goiás, complementa: “Além de ser uma tradição, o milho é uma excelente fonte de energia, contribuindo para uma alimentação equilibrada.”

Segundo dados da Kantar, o consumo de pratos típicos aumenta em até 15% durante o mês de junho, evidenciando o protagonismo do milho. E uma pesquisa do IBGE mostra que ele é o terceiro grão mais consumido no Brasil, atrás apenas do arroz e do feijão.

“Isso reforça como o milho está enraizado na cultura alimentar do brasileiro, não apenas nas festas, mas também no dia a dia”, destaca Júlia.

No entanto, as versões tradicionais dessas receitas costumam incluir ingredientes como leite condensado, creme de leite, manteiga e açúcar, elevando bastante o teor calórico.

“Esses elementos tornam as preparações mais pesadas e podem ser especialmente prejudiciais para quem tem intolerância à lactose ou está tentando manter uma alimentação equilibrada”, alerta Renata.

Júlia concorda: “São alimentos ricos em calorias, açúcares e, muitas vezes, gorduras, o que exige atenção ao consumo exagerado. Mas também oferecem benefícios quando preparados com equilíbrio.”

Entre os destaques estão a canjica, fonte de cálcio e energia; o arroz-doce, rico em proteínas e cálcio; e o bolo de fubá, que pode ser uma boa fonte de fibras quando feito com ingredientes integrais.

Já as bebidas típicas, como quentão e vinho quente, além de alcoólicas, são muito açucaradas. “Se for consumir, limite-se a um copo”, recomenda Renata.

“E lembre-se: água é essencial para o bom funcionamento do intestino, especialmente ao consumir alimentos ricos em fibras como o milho. E aqui vale o lembrete: é água mesmo, não quentão.”

Para curtir as festas sem culpa, as especialistas indicam moderação e planejamento. “Prefira preparações assadas ou cozidas, com pouco ou nenhum açúcar. E sempre que possível, combine o milho com fontes de proteína e vegetais para equilibrar o índice glicêmico das refeições”, orienta Renata. A quantidade também conta: “O ideal é não ultrapassar dois ou três pratos à base de milho no mesmo dia.”

Já Júlia sugere diversificar os pratos ao longo das festas. “Em uma comemoração, escolha a canjica; na outra, a pamonha ou o bolo de milho. Assim, é possível experimentar os sabores típicos sem exagerar nas calorias.” E nos dias sem festas, ela recomenda manter uma alimentação equilibrada: “Dá para aproveitar o mês inteiro de festas com prazer e responsabilidade, sem abrir mão da saúde.”

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