A superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Rose Modesto, assumirá a presidência do União Brasil em Mato Grosso do Sul. Rose entrou em entendimento com Rhiad Abdulahad e ficará no comando do partido até 2026.
Na semana passada, os dois haviam conversado e chegaram ao entendimento de que respeitariam a decisão judicial onde brigavam pelo comando do partido. Hoje, por dois votos a um, a justiça determinou perda de objeto no processo, o que segundo Rose, lhe garantiu a presidência.
Rose afirma que conversou com Rhiad agora à tarde e recebeu os parabéns e garantia de que poderá contar com ele. Agora, quer andar os municípios do Estado para construir candidaturas.
“Vou andar, nos finais de semana, quando tiver um tempinho, ouvindo as municipais, fazendo levantamento , com as pesquisas, olhando cidades onde vamos ter candidaturas próprias, fazer composição com outros partidos. Agora é o momento de fortalecer o União. Temos quadros que tem preparo para tanto estar disputando eleição, como também compondo. Fazer este levantamento, debater com a sociedade os maiores problemas que existem e contribuir. Acho que os partidos políticos têm que ter essa visão, de poder contribuir com aquilo que precisa ser modificado”, afirmou.
Procurado pela reportagem, Rhiad confirmou que o objetivo é a construção do União Brasil em conjunto. “Nossa ideia é construir o partido todo mundo junto”.
O acordo acontece depois da saída da senadora Soraya Thronicke do União Brasil. Responsável direta pela eleição de Rhiad, que acabou gerando a briga, Soraya se mudou para o Podemos. Ela era presidente do União Brasil até resolver passar o comando para Rhiad, em eleição que foi parar na justiça.
O Caso
Anderson Pereira do Carmo acionou a justiça contra o diretório estadual, alegando que foram incluídos/ativados 14 novos membros no órgão estadual; inclusos outros 25, sem autorização do diretório nacional, o que é proibido, extrapolando o limite máximo de 25 membros, e convocada eleição para “manipular” o resultado.
O juiz Flávio Saad Peron atendeu pedido do filiado e cancelou a eleição, bem como obrigou o diretório a retornar os membros excluídos, sob pena de pagamento de multa diária de R$ 1.000,00.
O magistrado determinou que o partido se abstenha de promover a alteração da composição da Comissão Estadual, para que seja assegurado o direito ao voto dos membros e diretores inativados/excluídos, indicados às f. 42 e não computados os votos dos membros ativados/incluídos, relacionados à f. 42, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00;
O juiz também ordenou que se restitua, imediatamente, os cargos dos membros e diretores; suspenda a ativação/inclusão dos membros; suspenda a eleição marcada para 4 de abril e que o partido não realize novas eleições antes de registrar, pelo menos, quatro diretórios em caráter permanente e não provisório.
Recurso
A defesa do União recorreu alegando que o autor da ação Judicial, Anderson Pereira do Carmo, mesmo que compondo a Comissão Provisória Estadual do partido, nunca possuiu filiação partidária válida e cadastrada no sistema de filiações do interno do partido ou mesmo do TSE.
Na ficha de filiação, disponível no Tribunal Regional Eleitoral, consta a filiação de Anderson no PSDB, sem nunca ter ingressado oficialmente no União Brasil. “Sendo assim, o questionamento a respeito de sua possível desfiliação não merece menor esforço neste debate, haja vista que o mesmo, se encontrava ocupando um cargo partidário sem ao menos se encontrar registrado nas fileiras desta agremiação partidária, e até o presente momento se encontra filiado ao PSDB, o que por si só justificaria a sua inativação da composição estadual do União Brasil, onde ocupava o cargo de Tesoureiro- Adjunto indevidamente”, sustenta a defesa.
O diretório estadual afirma que, por não ser filiado, Anderson Pereira não possui legitimidade ativa para figurar como autor da ação, uma vez que a matéria tem características “Interna Corporis” e, seguindo o artigo 16, V do estatuto do União Brasil, “apenas os filiados tem direito de representar à autoridade partidária contra atos que violarem o estatuto e o código de ética e disciplina partidária”.
No meio da briga judicial, Anderson retirou o processo e Rose Modesto realizou outra eleição, elegendo Rose presidente, Murilo Zauith, vice-presidente, e Luiz Henrique Mandetta secretário-geral. Rhiad voltou à justiça recorrendo contra a chapa, em confusão que agora parece ter chegado ao fim.