Parlamentar denuncia falhas no atendimento a vítimas de violência doméstica e exige grupo de trabalho urgente no município
O deputado estadual Pedro Caravina (PSDB) fez duras críticas à Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) durante a sessão desta terça-feira (1º) da Assembleia Legislativa, ao denunciar a falta de resposta do Estado diante da grave situação da violência doméstica em Dourados, cidade localizada a 230 quilômetros da Capital.
Segundo o parlamentar, há cerca de 1.700 boletins de ocorrência relacionados a violência doméstica parados na cidade — sem encaminhamento para instauração de inquérito ou medidas protetivas. Caravina protocolou um requerimento formal exigindo esclarecimentos da Sejusp sobre o número exato de casos represados e a ausência de um grupo de trabalho específico para Dourados, como o criado anteriormente em Campo Grande.
“A informação que tenho é que Dourados está em situação pior que Campo Grande. Seria o equivalente a termos 8.500 casos aqui na Capital. E lá não temos grupo de trabalho, não temos força-tarefa. Isso é inadmissível diante da gravidade dos casos”, disparou Caravina da tribuna.
O deputado destacou que os dados mencionados ainda não são oficiais, mas que a falta de transparência e ação imediata da Sejusp apenas agrava o cenário. Ele cobrou providências urgentes e criticou o que classificou como negligência institucional no enfrentamento à violência contra a mulher.
“Antes de voltarmos a debater mais um feminicídio, precisamos dar visibilidade ao que está acontecendo. Se esses 1.700 casos forem confirmados, o Estado tem a obrigação de agir imediatamente com uma força-tarefa, identificar os casos com risco real de agravamento e proteger essas mulheres”, reforçou.
📌 Reivindicações do deputado Pedro Caravina:
- Confirmação do número de boletins de ocorrência represados em Dourados
- Cronograma de análise e encaminhamento das ocorrências
- Criação de grupo de trabalho específico para Dourados, nos moldes do que já foi implementado em Campo Grande
- Ações imediatas para evitar que casos de violência doméstica evoluam para feminicídios
Caravina ainda ressaltou que sua cobrança não tem como alvo os policiais, mas sim o sistema de gestão da segurança pública, que precisa dar suporte adequado aos profissionais e estruturar políticas eficazes de proteção à mulher.