Mato Grosso do Sul tem orçamento previsto de R$ 2,4 bilhões do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) para este ano. Desse total, foi distribuído R$ 1,5 bilhão para empreendimentos do Estado, sendo 65% para a linha rural, 34% para a empresarial (indústria, comércio e serviços) e 1% de energia para pessoa física (PF).
O agronegócio tem demandado mais dos recursos disponíveis. Conforme dados divulgados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), foram remanejados R$ 162 milhões dos recursos do FCO Empresarial para o Rural.
Os números foram apresentados pelo Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (Ceif-FCO), com base nos dados informados pelo Banco do Brasil.
A média de liberação de recursos é de R$ 358,1 mil por projeto, e cerca de 73% das empresas atendidas são de menor porte. Todos os municípios sul-mato-grossenses têm pelo menos uma operação contratada no FCO.
De acordo com o titular da Semadesc, Jaime Verruck, a última reunião do Conselho foi importante para discutir os caminhos para 2024.
“Nosso foco principal é que 100% dos recursos do FCO cheguem ao empresário sul-mato-grossense, tanto da área rural como da área empresarial. Tentamos motivar o segmento empresarial a buscar esses recursos, mostrando quanto o FCO representa para Mato Grosso do Sul. São R$ 2,4 bilhões por ano investidos diretamente na geração de empregos e em novas atividades”, disse o secretário.
A superintendente do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), Rose Modesto, reforçou o papel do fundo como indutor do desenvolvimento regional e de redutor de desigualdades econômicas e sociais.
“O conselho é atuante e tem feito um trabalho de forma transparente. Poder ver hoje essas cartas-consultas sendo aprovadas, bem como conhecer o número de empregos que serão gerados em breve, é a prova de que estamos no caminho certo, em busca do desenvolvimento econômico do nosso estado, sem deixar de lado a busca pelo progresso social”, disse.
RURAL E EMPRESARIAL
Entre os projetos mais demandados pelo agronegócio estão: o que busca incrementar a produção sustentável na suinocultura de MS, que já pleiteou R$ 107 milhões em recursos do fundo, e a irrigação, que é outra área prioritária, que soma R$ 24 milhões em projetos.
O secretário destacou que existe uma demanda expressiva por financiamentos destinados às atividades rurais consideradas prioritárias no exercício de 2023, como a suinocultura, a avicultura e a irrigação.
“Para continuarmos com o acolhimento de novas propostas de financiamento desse tipo e empreendimento, autorizamos o remanejamento de recursos do FCO Empresarial para o Rural. Essa é uma medida que tomamos todos os anos, geralmente ocorre no mês de agosto, mas neste ano está ocorrendo mais cedo”, disse Verruck.
Outro ponto citado como positivo pelo secretário foi o volume de projetos do FCO Empresarial. “Nesta reunião, tivemos inúmeras cartas-consultas de empresas buscando recursos do FCO Empresarial, o que é bastante positivo”, frisou o secretário durante reunião realizada na semana passada.
NOVIDADES
Os técnicos da Sudeco explicaram as regras do FCO e as novidades implantadas este ano, como a criação de linhas de financiamento específicas para mulheres empreendedoras e para irrigação e drenagem, taxas prefixadas para operações contratadas pelo segmento empresarial e envio de carta-consulta pela plataforma digital Gov.br.
No FCO Empresarial, podem ser aplicadas taxas juros prefixadas ou pós-fixadas aos financiamentos, e as taxas prefixadas são especificadas na programação, dando segurança e previsibilidade ao investidor.
Os juros variam de acordo com o município, o porte da empresa, o tipo de investimento e a linha de financiamento.
No caso dos juros prefixados do FCO Empresarial, considerando uma pequena empresa de Campo Grande, é possível financiar 100% do projeto com juros anuais de 9,3%, para investimento e capital de giro.