Dois rins, córneas e um fígado foram captados de um doador de 63 anos, de Campo Grande (MS), para serem transplantados em pacientes do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.
O fígado foi para o RJ, rins para MG e as córneas permaneceram em MS. A retirada de órgãos foi realizada na madrugada de quinta-feira (13), no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS).
Os órgãos foram encaminhados para o Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR) e transportados em voos comerciais para outros estados.
O processo foi gerenciado pela Central Estadual de Transplante (CET/MS) e Organização de Procura de Órgãos (OPO).
De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplante CET-MS, Claire Miozzo, são 24h-30h de trabalho ininterruptas desde a morte encefálica do doador até o transplante do receptor.
Vejas quais são as etapas da doação de órgãos:
1. Morte cerebral
Morte cerebral é a interrupção das funções do cérebro. Faz-se exames para diagnosticar a morte encefálica. Se o cérebro não está funcionando, não há vida, por mais que o coração esteja batendo. Com isso, os órgãos são preservados e podem ser doados.
2. Autorização da família
Mesmo se em vida a pessoa declarar que quer ser doador, na hora da morte a família precisa autorizar. Um documento é assinado autorizando a cirurgia para a retirada dos órgãos.
3. Histórico clínico do doador
A família responde a um questionário e verifica-se a existência de possíveis doenças que possam ser transmitidas ao receptor. Doenças crônicas, diabetes e infecções podem comprometer os órgãos e inviabilizar o transplante.
4. Captação
É quando os órgãos são retirados do corpo do paciente falecido.
5. Transporte
Os órgãos são acondicionados em caixas térmicas para transporte. Companhias aéreas realizam o transporte de órgãos e tecidos gratuitamente em voos comerciais. Quando o transporte é feito por terra, as centrais estaduais de transplantes se responsabilizam.
6. Transplante
O transplante é quando o órgão é inserido no paciente. O sucesso do transplante depende das condições clínicas tanto do órgão quanto do estado de saúde do paciente receptor.
“A CET-MS acompanhou todas as etapas desde a notificação da morte, exames, entrevista, transporte de material biológico, equipe e órgãos para o aeroporto onde embarcaram para o destino final que é o transplante”, explicou a coordenadora da Central Estadual de Transplante CET-MS.
IMPORTÂNCIA
Doar órgãos é um ato de amor e compaixão ao próximo. É uma forma de salvar a vida de uma pessoa que depende exlclusivamente do transplante para sobreviver.
O transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam da doação.
Os órgãos que podem ser doados são coração, rim, pâncreas, pulmão, fígado, medula óssea, ossos, córnea, intestino, vasos sanguíneos e tendões.
Existem dois tipos de doadores: doador vivo e doador falecido.
O doador vivo é aquele que, em vida, resolve doar um órgão a outra pessoa. O doador falecido é aquele que teve sua morte encefálica diagnosticada e seus órgãos são retirados após autorização da família.
“A doação de órgãos é um gesto de amor e solidariedade que permite que indivíduos em situações de risco de vida tenham a chance de viver. Graças à generosidade do doador e à competência da equipe, os receptores agora têm a esperança de uma vida saudável e plena”, afirmou o diretor-geral do HRMS, dr. Paulo Eduardo Limberger.