O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Campo Grande foi de 0,27% em agosto, quebrando o ciclo de quedas nos meses de julho (-0,12%) e junho (-0,14%). No Brasil, o índice subiu 0,23% no mês de agosto.
Conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano, a inflação da Capital acumula alta de 3,07% e, nos últimos 12 meses, de 3,98%. O valor fica acima dos 3,29% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Dos nove grupos investigados, oito tiveram aumento em Campo Grande, com destaque para o grupo de habitação, com aumento de 1,06%, e de transportes, com alta de 0,84%.
A única variação negativa veio de alimentos e bebidas, registrando -1,5%. Entre os outros grupos, os números foram: artigos de residência (0,99%), saúde e cuidados pessoais (0,97%), educação (0,78%), despesas pessoais (0,31%), vestuário (0,31%) e comunicação (0,11%).
Em contexto geral, percebe-se que o custo de vida do campo-grandense ficou mais alto no mês de agosto, com um “respiro” apenas no preço dos alimentos.
Queda na alimentação e bebidas
Segundo o IBGE, a queda do grupo de alimentação e bebidas é registrada pelo quarto mês consecutivo, que deve-se principalmente ao recuo nos preços da alimentação no
domicílio (-2,01%).
Destacam-se as quedas do preço da batata-inglesa (-22,52%), repolho (-12,63%), feijão-carioca (-9,90%), cebola (-9,88%), mamão (-8,63%) e tomate (-7,44%).
No lado das altas estão a banana (16,24%), peixe pintado (8,57%) e azeite de oliva (4,62%).
“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta. A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, destaca o gerente da pesquisa, André Almeida.
Em Campo Grande, o frango inteiro apresentou queda de 5,98%, as carnes apresentaram queda de 3,59% e o frango em pedaços, de 4,22%. É o 5º mês em que as carnes e o 4º em que o frango em pedaços apontam queda.
Mesmo com a queda significativa, apenas esse setor não foi suficiente para segurar a inflação, subindo em função do custo de outros setores.
Maior alta é no grupo habitação
Ainda conforme apontado pelo IBGE, em Campo Grande, o grupo de habitação teve alta de 1,06% em agosto. A variável de maior impacto do grupo, a energia elétrica residencial, contribuiu para a alta registrando 3,66%.
“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.
As outras altas vieram dos subitens tinta (3,53%), condomínio (1,52%) e cimento
(0,54%).
Já no lado das quedas, se destacaram os subitens: gás de botijão (-2,60%), amaciante e alvejante (-2,45%) e saco para lixo (-2,02%).
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A aceleração do grupo de saúde e cuidados pessoais (0,97%) deve-se ao resultado dos itens de higiene pessoal, que passaram de -0,50% em julho para 1,40% em agosto.
Houve alta nos preços dos produtos para pele (5,06%) e dos artigos de maquiagem (2,84%). Enquanto as principais quedas ficaram com os subitens hipotensor e hipocolesterolêmico (-3,38%), neurológico (-2,21%) e hormonal (-1,36%).
Já o grupo de vestuário apresentou alta de 0,31% no mês de agosto. Contribuíram para o resultado do mês, principalmente, os subitens tênis (2,41%), calça comprida infantil (2,28%) e bermuda/short feminino (2,20%).
As maiores quedas vieram dos subitens vestido infantil, com -3,21%, camisa/camiseta infantil, com -2,97% e calça comprida masculina, com -2,93%.
O grupo transportes também registrou aumento, de 0,84%. O resultado foi influenciado pelo
recuo nos preços dos combustíveis (1,52%), por conta do aumento na gasolina (1,41%) e do óleo diesel (9,42%).
“A gasolina continuou sendo o item com a maior influência no índice geral, mas também se
destaca a alta do automóvel novo (2,01%)”, explica o gerente da pesquisa.
Entre as altas, destaca-se também o resultado de conserto de automóvel (2,76%). Já no lado das baixas, as passagens aéreas ganharam destaque (-14,85%), com acúmulo de -31,87% no ano e de -21,23% em 12 meses.
O grupo artigos de residência teve variação mensal de 0,99% em agosto. Os subitens com maiores altas foram: ar condicionado (2,41%) e tapete (2,34%). Na contramão, as maiores quedas foram encontradas em utensílios de vidro e louça (-2,81%), roupa de cama (-1,97%) e computador pessoal (-1,56%).
Após recuperação em julho (0,33%), o grupo despesas pessoais teve variação de
0,34% em agosto, influenciada pelo aumento dos seguintes subitens: depilação (3,28%) e serviço de higiene para animais (2,36%). No lado das quedas, destacam-se os subitens de cinema, teatro e concertos (-3,21%) e bicicleta (-2,16%).