A proposta do governador Eduardo Riedel (PSDB) feita ao Governo Federal para assumir as rodovias federais BRs 262 e 267, que ligam Mato Grosso do Sul a São Paulo, para dar início ao processo de privatização dessas vias que integrarão a “Rota da Celulose” e a “Rota Bioceânica”, foi celebrada pelo analista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking.
No início deste ano, ele já tinha denunciado que as péssimas condições de trafegabilidade das rodovias federais já estão afetando o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso do Sul e colocando em risco a vida das pessoas que se utilizam delas para se locomover.
Na época, Tony Ueno alertou que já tinha passado da hora de a bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional tomar providências no sentido de recuperar essas importantes vias que cortam o Estado. “A proposta feita pelo governador é muito interessante porque o Governo do Estado tem mais habilidade para fazer as licitações e as concessões dessas rodovias”, declarou.
O cientista político pontuou que essa pode ser a solução para as BRs que cruzam Mato Grosso do Sul. “Caso essa proposta seja concretizada, seria uma vitória para o governador Eduardo Riedel e uma derrota para a nossa bancada federal, que não conseguiu colocar como prioridade essa questão das rodovias federais aqui no Estado porque nós dependemos delas”, ressaltou.
Ele argumentou que está vindo aí a Rota Bioceânica e, fora isso, nós já temos o escoamento da produção de papel e celulose lá em Três Lagoas, aqui em Ribas do Rio Pardo e, em breve, na cidade de Inocência. “Nós precisamos urgentemente da duplicação dessas rodovias e a atitude do Eduardo Riedel demonstra que ele também está preocupado com o escoamento da nossa produção de bovinos, soja, milho, papel e celulose e também com a Rota Bioceânica”, analisou.
Para Tony Ueno, essa discussão levantada pelo governador para assumir essas rodovias federais aqui no Estado, deve resolver o problema das condições precárias dessas vias em Mato Grosso do Sul. “Só quem utiliza essas rodovias federais sabe que elas estão intransitáveis. Essas rodovias precisam ser arrumadas com urgência”, argumentou.
Empenho
De acordo com o analista político, estão empenhados em defesa das melhorias nestas rodovias; o senador Nelsinho Trad e o deputado estadual Pedro Pedrossian Neto, ambos do PSD. “O primeiro utilizou a tribuna do Senado Federal para fazer um discurso cobrando providências e até encaminhou um ofício à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), enquanto o segundo encampou aqui no Estado essa briga pela melhoria das nossas rodovias federais”, lembrou.
Entenda a proposta
Na manhã de ontem (11), o governador disse à imprensa que, como essas rodovias são federais, o primeiro passo é que o Governo Federal faça a delegação para Mato Grosso do Sul, que entregue essas rodovias para o Governo do Estado. Ele afirmou que se reunirá com o ministro dos Transportes, Renan Filho, para entender o plano do Governo Federal sobre as rodovias citadas.
A possibilidade da concessão de cinco rodovias de uma só vez é estudada pelo governador, completando que estão inclusas a MS-338, MS-040, MS-395 e trechos da BR-262 e BR-267, com aproximadamente 900 quilômetros. Todas elas estão entre Campo Grande e Três Lagoas e passam pelos municípios de Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Parto, onde megaempresas do setor da celulose têm fábricas.
No mês passado, o Estado abriu chamamento público para encontrar empresa interessada em elaborar estudo de viabilidade técnica para a concessão dessas vias, com previsão de aumento no fluxo de veículos leves e pesados.