A prefeita Adriane Lopes (Patriota) está conseguindo, aos poucos, costurar o caminho para chegar competitiva na eleição do próximo ano em Campo Grande. Há alguns meses, pouca gente apostava na candidatura dela à reeleição. Hoje, já é vista como candidata.
Ao assumir a gestão, o principal desafio era se tornar conhecida, mostrar uma nova cara na administração, ainda que isso significasse um rompimento com o ex-prefeito Marquinhos Trad, e conquistar novos aliados para uma possível reeleição.
Aos poucos, vai ficando conhecida. Vereadores que apoiavam Marquinhos já estão divididos entre ela e o PSDB, e isso já não traz tanto peso para gestão. Aos poucos, ela vai conseguindo conquistar o apoio da direita que, somado a força da máquina, pode garantir uma chegada ao segundo turno, desenhado hoje nas pesquisas.
A virada de chave foi conquistada com a ida para o Partido Progressista (PP), com apoio da senadora Tereza Cristina (PP). A partir disso, começou a ser vista como alguém do grupo de direita, sem deixar de ter contato com a esquerda, que hoje governa o país com Luís Inácio Lula da Silva (PT).
Recentemente, Adriane recebeu no gabinete o presidente estadual do PL, deputado federal Marcos Pollon, que também é pré-candidato. No encontro, falaram sobre reeleição e Pollon prometeu ajudar no que conseguir e não fazer ataques pessoais.
Adriane espera que o PL desista de candidatura própria e apoie sua reeleição. Para isso, conta com a proximidade de Tereza Cristina com Jair Bolsonaro. Enquanto este apoio não é formalizado, ela vai conquistando aliados bolsonaristas, como o vereador Tiago Vargas (PSD), que agora participa da gestão e defende a reeleição dela.
A prefeita está conseguindo manter o clima tranquilo, faltando um ano para e eleição e mesmo se identificando com o grupo da direita, mantém proximidade com a esquerda, representada por Vander Loubet (PT). Ela apoiou a reeleição de Vander para deputado federal e agora recebe ajuda dele na interlocução com o Governo Federal.
As conversas não ficam restritas a rivais de direita e esquerda. Adriane também está próxima da presidente da Sudeco, Rose Modesto, que tem participado com frequência de eventos da Prefeitura de Campo Grande. Rose é uma das pré-candidatas que também pode desistir e lhe garantir apoio.
Ainda que esta proximidade não se configure em apoio, Adriane está conseguindo, pelo menos até o momento, adiar a briga eleitoral. Na Câmara, por exemplo, a prefeita tem pouca oposição, hoje restrita a Luiza Ribeiro (PT), Professor André (Rede) e Marcos Tabosa (PDT), que era o principal opositor e recentemente foi chamado de líder da prefeita, após conseguir benefícios para servidores e elogiar a prefeita.
Neste mês de agosto, a prefeitura realiza os tradicionais eventos de aniversário, com entregas e lançamentos de obras, o que sempre garante fôlego aos gestores. As próximas pesquisas, com alguns nomes fora e outros no jogo, mostrarão o novo cenário na corrida eleitoral em Campo Grande, que caminha tranquila, pelo menos até o momento.
No grupo da prefeita a expectativa é de que ela apareça bem, antes de enfrentar as dificuldades comuns de início de ano, com pagamento de IPTU, chuvas e todos os estragos de início de ano, geralmente bem aproveitados por opositores, que ainda devem surgir.