Dia Internacional Contra a Homofobia reforça luta por direitos e segurança no Brasil

Hispanic man wearing make up and long hair wrapped in rainbow lgbtq flag smiling and laughing hard out loud because funny crazy joke.

País segue liderando ranking global de assassinatos contra pessoas LGBTQIA+; especialista aponta importância da educação e políticas públicas inclusivas

O Dia Internacional Contra a Homofobia, 17 de maio, marca a data em que, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, simbolizando um avanço importante na luta pelos direitos da população LGBTQIA+. No Brasil, a data foi oficialmente reconhecida em 2010 e tornou-se um momento essencial de conscientização e combate à violência, à discriminação e à desigualdade.

Apesar de conquistas importantes — como a criminalização da homofobia e da transfobia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2019, equiparando essas práticas ao crime de racismo — o Brasil ainda é um dos países mais perigosos do mundo para pessoas LGBTQIA+. Dados do Grupo Gay da Bahia (GGB) revelam que, em 2024, foram registradas 291 mortes violentas relacionadas à LGBTfobia no país, incluindo 273 homicídios e 18 suicídios. O levantamento também aponta que o Brasil lidera, pelo 15º ano consecutivo, o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans, com 105 casos registrados no mesmo ano.

Para a professora Gabrielle Silva, doutora em Sociologia e docente de Direito da Estácio Goiás, os números demonstram que o país ainda tem um longo caminho a percorrer no enfrentamento à violência e na garantia dos direitos. “A criminalização é um passo importante, mas não basta. É fundamental investir em educação inclusiva, campanhas de conscientização e ações institucionais que promovam uma cultura de respeito e equidade”, destaca.

A advogada reforça que escolas, universidades e espaços públicos devem ser ambientes seguros e acolhedores para todos. “Precisamos formar profissionais preparados para lidar com a diversidade e criar protocolos de acolhimento a vítimas de discriminação”, acrescenta.

Nesse contexto, projetos de lei como o PL 4403/2024, que propõe a adoção de protocolos nacionais contra racismo e LGBTfobia em instituições de ensino, ganham relevância. A proposta inclui ações educativas, acolhimento psicológico e capacitação contínua de profissionais da educação, buscando criar uma rede de proteção mais eficaz e duradoura.

A docente complementa que a data é importante para diminuir discursos sensacionalistas e conservadores. “É essencial que sociedade civil, instituições e o Estado trabalhem juntos para garantir que todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver com dignidade, liberdade e segurança”, conclui.

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também